Pesquisar em Adoro Saber!

6 de mai. de 2022

Linguagem, signo linguístico e língua

 Linguagem, signo linguístico e língua 

Para nos comunicar, usamos, a todo instante, várias formas de linguagem. Essa linguagem é composta por um código, um sistema organizado e formado por signos verbais e/ou  não verbais, que nomeiam a realidade que nos cerca. Assim, e a grosso modo, podemos dizer que “SIGNO” é tudo aquilo que possui um certo sentido no processo de comunicação. Vamos entender melhor: 


    Como já vimos, a
linguagem não verbal é formada por signos não verbais: imagens, sons, gestos, cores… 


Já a
linguagem verbal, utiliza-se de palavras, de signos verbais. Se associarmos esses signos verbais às diversas línguas (idiomas), vamos entendê-los como signos linguísticos

Signo linguístico 

São os signos verbais, e são compostos por duas partes indissociáveis: 

  • SIGNIFICADO - conceito, ideia, o que se conhece a respeito da realidade. 

  • SIGNIFICANTE - expressão acústica, impressão mental quando se ouve certa palavra. 


Segundo o linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857 - 1913), esses signos são arbitrários, isto é, são fruto de uma convenção. Isso porque uma mesma ideia (significado) é representada por vários significantes, de acordo com cada idioma.  Veja: 

SIGNIFICADO 

SIGNIFICANTE


 flor - Português 

fleur - Francês

flower - Inglês

Por fim, a língua é um código formado por signos linguísticos, um conjunto de normas e regras pertencentes a um grupo social. Também a chamamos de idioma. Ela é algo que nos diferencia dos demais animais, pois é um produto cultural, algo que se aprende e ao qual se acrescenta infinitas significados. 


Signos visuais 

Índice, ícone e símbolo

Conforme acabamos de ver, os signos são uma forma de compreender e representar a realidade. A linguagem verbal, portanto, tem como unidade de significação a palavra, que são os signos verbais, ou signos linguísticos


     No entanto, no seu dia a dia, certamente você usa muitos signos visuais, que são, por princípio, dotados de um significante (parte visual do signo), e carregados de significado (parte mental, o entendimento, a ideia do signo). Esses signos visuais são códigos que permitem a expressão de um sentido e, por isso, podem variar de cultura para cultura.

Eles são classificados em índice, ícone e símbolo. 


  • ÍNDICE: ocorre uma inferência, uma associação lógica facilmente detectada. São signos naturais, pois estão relacionados aos fenômenos, aos eventos naturais ou a elemento que revela experiência ou fenômeno vivido. Podem ser considerados índices: uma nuvem escura (indicativo de tempestade), a febre (sintoma de doença), a fumaça (indicador de fogo), etc. 


  • ÍCONES: são signos substitutivos, usados para representar um referente (aquilo que se representa, ao qual se faz referência). São artificiais, pois são construídos na interação social, seguindo convenções preestabelecidas. Fotografias, mapas, imagens de satélites, são exemplos de ícones. 


  • SÍMBOLO: são signos artificiais que carregam consigo toda uma história, cujo sentido depende do contexto histórico e social a que se refere. São exemplos de símbolos: bandeiras de países, que representa toda a nação; o som da sirene das escolas, indicando o fim das aulas; o apito do árbitro de futebol, indicando a paralisação ou fim do jogo; a balança, como símbolo da justiça; a cor branca, que simboliza a paz… 



ATIVIDADES

D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.). D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.


  1. (Enem/MEC) 

Ao relacionar o problema da seca à inclusão digital, essa charge faz uma crítica a respeito da: 

  1. dificuldade na distribuição de computadores nas áreas rurais 

  2. capacidade das tecnologias em aproximar realidades diferentes.

  3. possibilidade de uso do computador como solução de problemas sociais.

  4. ausência de políticas públicas para o acesso da população a computadores.

  5. escolha das prioridades no atendimento às reais necessidades da população.

Explique sua resposta, no caderno.


  1. (Enem/MEC) 

A palavra inglesa “involution” traduz-se como involução ou regressão. A construção da imagem como base na comunicação do verbal com o não verbal revela a intenção de: 

  1. denunciar o retrocesso da humanidade. 

  2. criticar o consumo de bebida alcoólica pelos humanos.

  3. satirizar a caracterização dos humanos como primatas.

  4. elogiar a teoria da evolução humana pela seleção natural.

  5. fazer um trocadilho com as palavras invocação e involução.

Explique sua resposta, no caderno.


  1. (UFJF-MG) Observe a charge abaixo:

Agora, responda, no caderno: 

a) Qual é a temática principal da charge? 

b) Quais são os elementos verbais e não verbais utilizados na charge para construir seu significado? Justifique sua resposta por menção direta a esses elementos. 


  1. (UERJ) 

No cartum apresentado, o significado da palavra escrita é reforçado pelos elementos visuais, próprios da linguagem não verbal.  

A separação das letras das palavras em balões distintos contribui para expressar principalmente a seguinte ideia: 

  1. dificuldade de conexão entre as pessoas.

  2. aceleração da vida na contemporaneidade.

  3. desconhecimento das possibilidades de diálogo.

  4. desencontro de pensamentos sobre um assunto.

5. O texto a seguir comenta o relançamento de uma obra de Monteiro Lobato, Emília no País da Gramática, e destaca um fragmento desse livro. Leia-o para responder às duas questões seguintes.

O batismo do rinoceronte Quindim é uma das traquinagens da boneca de pano criada por Monteiro Lobato, em Emília no País da Gramática. Em livro anterior, “Reinações de Narizinho'' (1931), o personagem já aparecia, sem nome. O diálogo que dá registro a Quindim acompanha um conceito caro ao linguista suíço Ferdinand de Saussure: a arbitrariedade do signo. 

"Nisto dobraram uma curva do caminho e avistaram ao longe o casario duma cidade. Na mesma direção, mais para além, viam-se outras cidades do mesmo tipo. 

— Que tantas cidades são aquelas, Quindim? — perguntou Emília. 

Todos olharam para a boneca, franzindo a testa. Quindim? Não havia ali ninguém com semelhante nome. 

– Quindim — explicou Emília – é o nome que resolvi botar no rinoceronte. – Mas que relação há entre o nome Quindim, tão mimoso, e um paquiderme cascudo destes? — perguntou o menino, ainda surpreso. 

– A mesma que há entre a sua pessoa, Pedrinho, e a palavra Pedro — isto é, nenhuma. Nome é nome, não precisa ter relação com o “nomado". Eu sou Emília, como podia ser Teodora, Inácia, Hilda ou Cunegundes..." 

PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. A gramática de Emília. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, ano 3, n. 27, jan. 2008. p. 3. 


a) Pesquise na internet e no dicionário e responda: o que significa "ser arbitrário"?

b) No texto, há duas relações de arbitrariedade: a do próprio signo e a da ação de Emília. Explique essa informação.


6. Observe a seguir uma fotografia da Praia das Conchas, em Cabo Frio, Rio de Janeiro. 

a) Que relação pode ser observada entre o formato da praia e o nome atribuído a ela? 

b) Essa fotografia é um índice, um ícone ou um símbolo? Justifique. 

c) Em uma placa indicativa de lugar destinado a turistas, por exemplo, a imagem de uma concha poderia ser uma representação icônica do local representado na fotografia? Por quê? 


7. (Unicamp-SP) 



Adaptado de Planeta Sustentável Disponível em: <planetasustentavel.abril.com.br/inilograficos/#content>. Acesso em 29/10/2013. 

a) Os infográficos apresentam informações de forma sintética, utilizando imagens, cores, organização gráfica etc. Indique dois exemplos, do infográfico reproduzido acima, em que a informação é apresentada por meio de linguagem não verbal. 

b) Considerando o veículo em que foi publicado, a revista Planeta Sustentável, qual é a finalidade desse infográfico? 


8. (PUC-RS) Para responder à questão, analise o gráfico com dados referentes aos países com mais cientistas no exterior. 



Adaptado de: Histórias de cientistas brasileiros ajudam a explicar o fenômeno da exportação de cérebros. Zero Hora, Planeta Ciência, 24/7/2015.

A partir da análise do gráfico, pode-se concluir que: 

  1. Suíça, Reino Unido e Holanda são os países com mais cientistas estrangeiros.

  2. Espanha e Brasil estão à frente dos Estados Unidos na importação de cientistas estrangeiros. 

  3. quanto menor o percentual de cientistas no exterior, maior é o avanço tecnológico do país.

  4. enquanto o Japão desponta como o país com menor percentual de cientistas no exterior, a Suíça destaca-se como o maior exportador de cérebros. 

  5. a proximidade, no gráfico, do Brasil com os Estados Unidos sinaliza o fato de que o nosso desenvolvimento tecnológico não está tão atrasado. 


 REFERÊNCIAS: 


GABARITO

1.  (E) A charge apresenta uma família em meio à seca. No entanto, em vez de ser atendida com suas necessidades básicas, como água, comida, moradia, ela recebe um computador, que não lhe será útil na situação precária em que se encontra.

2. (B) A garrafa jogada para trás, no último estágio da “involução” é a crítica contida na charge, explicitada na alternativa B.

3. A charge critica a falsa sensação de independência de alguns jovens. O personagem afirma sua autonomia, mas se mostra incapaz de resolver pequenos problemas. Ao mesmo tempo que existe a necessidade de sair de casa, a personagem ainda precisa da ajuda do pai para resolver problemas simples, como a ocorrência de insetos dentro de casa.

4. (A) As letras da palavra “solidão” aparecem em diferentes balões pertencentes a personagens também distintos, reforçando a ideia de que nenhum tipo de comunicação é estabelecido entre eles. Os personagens caminham em sentidos opostos, o que denota a dificuldade que os seres humanos têm de se conectarem.

5. a) arbitrário - adjetivo

  1. que não segue regras ou normas; que não tem fundamento lógico; que apenas depende da vontade ou arbítrio daquele que age. "era sem dúvida uma medida a."

  2. POR EXTENSÃO - que se pode fazer ou deixar de fazer; facultativo, casual, eventual. "para a base de cálculo escolheram um número a." 

b) Assim como o significante do signo está sujeito à arbitrariedade da língua, Emilia foi arbitrária ao escolher o nome do hipopótamo, pois não seguiu qualquer regra ao fazê-lo.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens populares