São palavras e expressões ligam frases e parágrafos e indicam a força argumentativa desses enunciados, introduzindo vários tipos de argumentos que apontam para determinadas conclusões.
Apesar desse nome, eles não são exclusividade dos textos argumentativos.
Podem aparecer em qualquer gênero textual, já que são usados para justificar, defender, sustentar uma ideia e persuadir o interlocutor a aderir a ela.
Eles fazem parte de diferentes classes gramaticais, como conjunções, preposições, verbos e advérbios.
Para estabelecer esta coesão, esta conectividade e articular bem as ideias, os operadores argumentativos desempenham várias funções.
Operadores argumentativos e suas funções
- Somar argumentos: quando se quer somar, acrescentar argumentos para se chegar a uma mesma conclusão. Operadores mais comuns: “e”, “também”, “ainda”, “não só”, “mas também”, “acrescenta-se”, “adicionalmente”, “ademais”, “além disso”, “a mesma maneira”
- Contrapor argumentos de conclusão contrária: para marcar uma ideia de adversidade, de divergência, de oposição em relação ao que foi dito. Operadores mais comuns: “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “embora”, “ainda que”, “posto que”.
- Escalonar argumentos: para sugerir que há argumentos mais fortes que o apresentado. Operadores mais comuns: "ao menos”, “pelo menos”, “no mínimo”.
- Ex.: O tom com o qual o aluno se dirigiu ao professor foi, NO MÍNIMO, desrespeitoso, já que ele não conversava com um colega de classe.
- Reforçar argumentos: quando se utiliza uma série de argumentos, todos voltados a uma mesma conclusão, e um deles recebe uma ênfase maior. Operadores mais comuns: “até”, “mesmo”, “até mesmo”, “inclusive”.
- Comparar argumentos: para marcar uma comparação entre ideias que se direcionam a determinada conclusão. Operadores mais comuns: "mais que, menos que, tão... quanto, tão... como, tanto... quanto, tão... como, tal qual, da mesma forma, da mesma maneira " ...
- Introduzir conteúdos pressupostos: quando se utiliza o operador para indicar-se pressupostos de ideias que serão desenvolvidas. Operadores mais comuns: “já”, “ainda”, “agora”...
- Concluir: para iniciar uma conclusão relacionada às ideias apresentadas anteriormente. Operadores mais comuns: “portanto”, “logo”, “pois”, “diante do exposto”, “desta forma”, “em resumo”, “por conseguinte”, “a seguir”
- Alternar argumentos que levam a conclusões distintas, diferentes, ou alternativas: indicam possibilidades ou alternativas de conclusões, excluindo-se uma das possibilidades. Operadores mais utilizados: “ou então, quer isso… quer aquilo, ou... ou, ora... ora, já... já, não... nem, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
- Explicar, ou justificar: quando se explica ou justifica alguma afirmação feita anteriormente. Operadores mais comuns: “porque”, “já que”, “pois”, “isto é”, “assim como”, “no caso”, “prova disso”, “para isso”, “em consequência”, “isto acarreta”
- Retomar ideias já citadas: são operadores remissivos, que remetem a algo que já foi citado, para seguir a diante. São muito usados em parágrafos de desenvolvimento. Operadores mais comuns: "nesse sentido, nesse esteio, nesse cenário, nesse contexto, nesse caso..."
- Indicar a finalidade: denotam a razão, o fim pelo qual algo acontece. Operadores mais comuns: “a fim de que, visando, para que, com o fito de, que, porque, para que.."
- Indicar conformidade ou voz de autoridade: para justificar uma ideia com base em afirmações de especialistas, em estudos, ou dados coletados. Operadores mais comuns: “segundo”, “conforme”, “de acordo com”, “como salienta”, “como considera”.
- Fazer marcação temporal: indicar quando os fatos e ideias acontecem. Operadores mais usados: “a princípio”, “na mesma época”, “à época”, “anteriormente”, “posteriormente”.
- Marcação proporção: dar ideia de quantidade, de proporcionalidade entre as ideias e acontecimentos. Operadores mais usados: “à medida que, à proporção que.."
Vale ressaltar que a intensão desta postagem não é esgotar o assunto. Pelo contrário, há muitos outros operadores argumentativos que podem não ter sido citados aqui, visto a riqueza de combinações que nossa língua nos oferece.
O importante é estar atento ao gênero textual, ao objetivo comunicativo em que eles estão sendo empregados, para que se faça a melhor escolha, que resulte em um texto claro, coerente e coeso!