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22 de jul. de 2022

Literatura, Cultura e Identidade

     A cultura é, resumidamente, um conjunto de elementos (visões de mundo, comportamentos, hábitos, crenças, manifestações artísticas, etc.), de uma comunidade, povo, país ou civilização. 

    Portanto, não só por ser uma manifestação artística produzida em um determinado meio social, mas porque também atua no sistema cultural desse meio, a Literatura é um elemento que integra a cultura

   A literatura é ainda uma forma de identidade, pois ela tende a exprimir, de modos variados, o seu povo. 

   E isso, por vezes, é um objetivo claro na produção literária, como no caso dos escritores brasileiros do Romantismo, os quais buscavam construir a identidade nacional do país por meio de suas obras. 

   Note-se que a literatura exprime a identidade tanto de nações quanto, num plano mais particular, de variadas categorias sociais.


ATIVIDADES 

Regimento escolar

   O regimento escolar é um conjunto de regras que orientam todo o funcionamento da escola, desde a parte administrativa, pedagógica e disciplinar, bem como seus objetivos, sistema de ensino e a forma como é colocado em prática. 

   Ele é um documento de caráter obrigatório, que contém as regras de funcionamento da instituição de ensino e serve como um manual prático a ser compartilhado com a comunidade escolar.

   Como documento normativo e administrativo, ele deve se basear nas legislações de Educação vigentes no país, no estado e no município em que a escola atua.

  Com base nisso, define-se a proposta pedagógica, coordenando o funcionamento da instituição e regulamentando as ações educativas, sempre interagindo diretamente com o Projeto Político Pedagógico da escola.

  A Constituição Federal, principal lei do país, estabelece os princípios que devem nortear o Regimento Escolar, que são: 

  • Igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola; 
  • Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
  • Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
  • Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
  • Gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
  • Garantia de padrão de qualidade. 

   Embora esses princípios se refiram principalmente às instituições públicas, eles também devem servir de base para a elaboração, a discussão e a aprovação do Regimento Escolar em escolas privadas. Para elaborar o documento, observe outros pontos que devem ser considerados: 

  • A especificidade da natureza pedagógica da instituição escolar e do seu interesse público; 
  • A autonomia da escola como unidade coletiva de trabalho; 
  • A unidade pedagógica e administrativa da escola como instituição orgânica; 
  • A representatividade como critério para a gestão da escola. 

     O Regimento Escolar é o primeiro documento a ser criado no início da atuação da instituição, que guiará todas as suas ações, e deve ser atualizado frequentemente, a fim de manter a regularidade legal e garantir que o ensino está sendo realizado corretamente.

   O momento de sua construção deve propiciar o aperfeiçoamento da qualidade da educação, estabelecendo a responsabilidade de cada um dos segmentos que compõem a instituição escolar como forma de garantir o cumprimento de direitos e deveres da comunidade escolar.

   Deve, também, valorizar a participação da comunidade escolar por meio, por exemplo, de um Colegiado, Conselho Escolar e grêmio estudantil. 

  Portanto, as responsabilidades e atribuições são divididas, tornando todos e todas responsáveis pelo sucesso escolar dos estudantes.

    Vale ressaltar, que a escola deve ser percebida como um espaço que favorece a discussão dos conhecimentos históricos acumulados pela sociedade. É através dessa construção coletiva que teremos uma organização capaz de efetivar uma educação de qualidade, gratuita e para todos, além de formar cidadãos críticos capazes de transformar a sua realidade. 

   Dessa forma, podemos concluir que o Regimento Escolar é essencial para uma instituição escolar que busca a qualidade do ensino numa perspectiva democrática.

  Toda instituição deve possuir um regimento, o qual deve estar disponível para a consulta de toda a comunidade escolar. 

   Você pode assistir a este breve vídeo, sobre a concepção, princípios e finalidade do Regimento Escolar: 



Referências bibliográficas:
  •  LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção possível. Campinas. Papirus, 1996. Disponível em: https://www-infoescola-com.cdn.ampproject.org/v/s/www.infoescola.com/educacao/regimento-escolar 
  • https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2302/regimento-escolar-o-que-e-e-para-que-serve 
  • https://sae.digital/regimento-escolar/ 



   


VLOG

Vlog é a abreviação de videoblog (vídeo+ blog). Ou seja, é um blog ou diário, em formato de vídeo. 

Ele se relaciona diretamente com a popularização da internet, em especial das redes sociais e plataformas digitais para publicação de vídeos, nas quais qualquer pessoa pode criar uma página.

  O conteúdo deixa de ser apenas a palavra escrita, o texto (como no blog), e passa para os meios audiovisuais. 

"Os vídeos produzidos são hospedados em sites como o YouTube. Existem vlogs sobre uma imensa gama de temas, que vão desde saúde, games, decoração, culinária, cinema até crítica literária (estes chamados de vlogs literários), sempre opinativos, sempre com um tom informal e próximo da audiência."

(MAGALHÃES, R. Entenda o que é um vlog. Jornalismo Júnior. Disponível em: < https://jornalismojunior.com.br/entenda-o-que-e-um-vlog/>. Acesso em novembro de 2019. Adaptado)


 A ideia é que seja um conteúdo bem “vida real”, com o objetivo de criar conexão com as pessoas que estão assistindo, fazer com que o vlogger e o público sejam mais próximos. 

  Vlogger, ou vlogueiro, é a pessoa que fica em frente à câmera falando sobre um tema específico e mostrando o que está fazendo. 


 Uma vez que o vlogger domina as habilidades técnicas do conteúdo, pode usá-las para criar a própria expressão de como vê e se relaciona com o mundo que o cerca. 

   Esse gênero é muito usado tanto por pessoas que desejam criar uma certa imagem pessoal, quanto para marcas que querem aumentar a visibilidade. Isso porque, como o vlog tem um viés de vida real, ele possui grande potencial de engajamento, pois faz com que as pessoas se identifiquem com o vlogueiro com mais facilidade. 


 Blog x Vlog 

  A grande diferença entre um vlog e um blog é o formato da publicação. 

 O Blog (abreviação para weblog) é uma espécie de diário online que aborda um assunto escolhido, usando textos, imagens, fotos, vídeos ou outras mídias que o autor considere importante para o assunto. 

 Já no Vlog, em vez de textos e imagens, o vlogger ou vlogueiro, faz um vídeo sobre o assunto que deseja e o publica com uma certa periodicidade. Ele precisa criar um canal em uma das plataformas de postagens de vídeos, para publicar seu vlog. 


 Vlog x Videocast

 Os vlogs são produzidos e publicados com uma periodicidade constante (uma ou duas vezes por semana, em geral). 

 Já os videocasts são conteúdos audiovisuais, produzidos por blogueiros, internautas ou webmasters, e que são produzidos e publicados esporadicamente.




20 de jul. de 2022

CONOTAÇÃO e DENOTAÇÃO

 Texto literário e não literário 

      O texto literário é uma construção textual que usa uma linguagem própria, chamada de literária. Ele é SUBJETIVO, pois reflete a maneira de o artista enxergar a realidade, e INTANGÍVEL, porque não pode ser resumido, já que perderia todo o seu encanto.

Por ela, os autores e poetas utilizam a LINGUAGEM CONOTATIVA (sentido figurado), com palavras e expressões que fogem do sentido habitual, com significado diferente do original, que depende de todo um contexto para ser interpretada.

Essa linguagem expressa o que o artista não consegue por meio das palavras em seu sentido real. Assim, é comum encontrarmos diversas figuras de linguagem em suas produções.

Nesse contexto, vê-se que o texto literário não tem o objetivo de informar, mas sim, de entreter, de fazer refletir, de expressar as emoções de quem o produz. Isso faz com que haja predominância da função poética/emotiva.

Alguns exemplos de textos literários: peças teatrais, romances, poesias, contos, fábulas, crônicas... 

Texto não-literário 

Já o texto não-literário tem como objetivo informar, esclarecer, explicar, ou seja, pretende ser útil ao leitor. Por isso, usa uma linguagem chamada "utilitária", que é clara e objetiva. As palavras e expressões estão em SENTIDO DENOTATIVO, isto é: em sentido real, tal qual se encontram no dicionário.

Por isso, a função de linguagem predominante é a referencial.

Alguns exemplos são os artigos científicos, as notícias, os textos didáticos, entre outros.


Texto 1 - literário 

Texto 2 - não-literário 

  • Subjetivismo (visão do sujeito); 

  • Função: despertar emoção, estranhamento, entreter…

  • Linguagem conotativa: sentido figurado; 

  • Função poética/função emotiva; 

  • Linguagem figurada, polissêmica e plurissignificativa;

  • Caráter fictício, imita a realidade; 

  • Objetivismo; 

  • Função: informar; 

  • Linguagem denotativa: sentido do dicionário; 

  • Função referencial;

  • Linguagem clara, precisa e objetiva; 

  • Retrata acontecimentos reais;



ATIVIDADES


D9 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros; D15 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.

CANÇÃO AMIGA 

Eu preparo uma canção, 

em que minha mãe se reconheça

 todas as mães se reconheçam 

e que fale como dois olhos. 

[...] 

Aprendi novas palavras

 E tornei outras mais belas. 

Eu preparo uma canção 

que faça acordar os homens

 e adormecer as crianças. 

ANDRADE, C. D. Novos poemas. Rio de Janeiro: Jose Olympio, 1948. (fragmento). 

  1. (ENEM 2009) A linguagem do fragmento foi empregada pelo autor com o objetivo principal de: 

a) transmitir informações, fazer referência a acontecimentos observados no mundo exterior. 

b) envolver, persuadir o interlocutor — nesse caso — o leitor, em um forte apelo a sua sensibilidade.

c) realçar os sentimentos do eu lírico, suas sensações, reflexões e opiniões frente ao mundo real. 

d) destacar o processo de construção de seu poema, ao falar sobre o papel da própria linguagem e do poeta. 

e) manter eficiente o contato comunicativo entre o emissor da mensagem, de um lado, e o receptor — de outro.

  1. (ENEM 2009.1)

Texto I             

Ouvir estrelas

“Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo

perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,

que, para ouvi-las, muita vez desperto

e abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda noite, enquanto

a Via-Láctea, como um pálio aberto,

cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto,

inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!

Que conversas com elas?” Que sentido

tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas”.

(BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919)

Texto II           

 Ouvir estrelas

Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo

que estás beirando a maluquice extrema.

No entanto o certo é que não perco o ensejo

De ouvi-las nos programas de cinema.

Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo

que mais eu gozo se escabroso é o tema.

Uma boca de estrela dando beijo

é, meu amigo, assunto p’ra um poema.

Direis agora: Mas, enfim, meu caro,

As estrelas que dizem? Que sentido

têm suas frases de sabor tão raro?

Amigo, aprende inglês para entendê-las,

Pois só sabendo inglês se tem ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas.

(TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961)

A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que: 

A) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa (figurada), enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa (real, no sentido de dicionário).

B) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem.

C) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”.

D) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.”

E) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão de outras línguas.


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