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8 de jun. de 2021

Operadores Argumentativos


     São palavras e expressões ligam frases e parágrafos e indicam a força argumentativa desses enunciados, introduzindo vários tipos de argumentos que apontam para determinadas conclusões.

    Apesar desse nome, eles não são exclusividade dos textos argumentativos.

    Podem aparecer em qualquer gênero textual, já que são usados para justificar, defender, sustentar uma ideia e persuadir o interlocutor a aderir a ela.

    Eles fazem parte de diferentes classes gramaticais, como conjunções, preposições, verbos e advérbios.

      Para estabelecer esta coesão, esta conectividade e articular bem as ideias, os operadores argumentativos desempenham várias funções.

 Operadores argumentativos e suas funções

  • Somar argumentos: quando se quer somar, acrescentar argumentos para se chegar a uma mesma conclusão. Operadores mais comuns: “e”, “também”, “ainda”, “não só”, “mas também”, “acrescenta-se”, “adicionalmente”, “ademais”, “além disso”, “a mesma maneira” 
Ex.: Eu NÃO SÓ vou ficar, MAS TAMBÉM dormirei aqui. 

  • Contrapor argumentos de conclusão contrária: para marcar uma ideia de adversidade, de divergência, de oposição em relação ao que foi dito.  Operadores mais comuns: “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “embora”, “ainda que”, “posto que”. 
Ex.: Eu gosto de sorvete, TODAVIA, estou gripado. 


  • Escalonar argumentos: para sugerir que há argumentos mais fortes que o apresentado. Operadores mais comuns: "ao menos”, “pelo menos”, “no mínimo”
    •          Ex.: O tom com o qual o aluno se dirigiu ao professor foi, NO MÍNIMO, desrespeitoso, já que ele não conversava com um colega de classe.

  • Reforçar argumentos: quando se utiliza uma série de argumentos, todos voltados a uma mesma conclusão, e um deles recebe uma ênfase maior.   Operadores mais comuns:  “até”, “mesmo”, “até mesmo”, “inclusive”. 
Ex.: A indisciplina o tem prejudicado muito. Ele pode, ATÉ MESMO, ser reprovado por isso.  

  • Comparar argumentos: para marcar uma comparação entre ideias que se direcionam a determinada conclusão. Operadores mais comuns: "mais que, menos que, tão... quanto, tão... como, tanto... quanto, tão... como, tal qual, da mesma forma, da mesma maneira " ...  
Ex.: Um passeio no parque é MAIS agradável QUE sair para festas. 

  • Introduzir conteúdos pressupostos: quando se utiliza o operador para indicar-se pressupostos de ideias que serão desenvolvidas.  Operadores mais comuns: “já”, “ainda”, “agora”...
Ex.: O aluno AINDA não entendeu que precisa estudar para recuperar a média perdida..


  • Concluir: para iniciar uma conclusão relacionada às ideias apresentadas anteriormente. Operadores mais comuns:  “portanto”, “logo”, “pois”, “diante do exposto”, “desta forma”, “em resumo”, “por conseguinte”, “a seguir”
Ex.: Eu não tenho dinheiro. Não poderei, POIS, comprar este produto. 

  • Alternar argumentos que levam a conclusões distintas, diferentes, ou alternativas: indicam  possibilidades ou alternativas de conclusões, excluindo-se uma das possibilidades. Operadores mais utilizados: “ou então, quer isso… quer aquilo, ou... ou, ora... ora, já... já, não... nem, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. 
Ex.: O menino ORA falta às aulas, ORA deixa de fazer as atividades!  

  • Explicar, ou justificar: quando se explica ou justifica alguma afirmação feita anteriormente. Operadores mais comuns: “porque”, “já que”, “pois”, “isto é”, “assim como”, “no caso”, “prova disso”, “para isso”, “em consequência”, “isto acarreta”  
  • Ex.: Eu não posso comer lasanha, VISTO QUE, tenho alergia a queijo. 

  • Retomar ideias já citadas: são operadores remissivos, que remetem a algo que já foi citado, para seguir a diante. São muito usados em parágrafos de desenvolvimento. Operadores mais comuns: "nesse sentido, nesse esteio, nesse cenário, nesse contexto, nesse caso..." 
Ex.: O aluno é assíduo às aulas e atividades e tira todas as dúvidas com o professor.  Nesse contexto, vê-se um jovem aplicado, que certamente se sairá bem nas avaliações.


  • Indicar a finalidade: denotam a razão, o fim pelo qual algo acontece. Operadores mais comuns: “a fim de que, visando, para que, com o fito de, que, porque, para que.."
Ex.: João saiu de casa bem mais cedo, A FIM DE QUE não se atrasasse para o encontro.


  • Indicar conformidade ou voz de autoridade: para justificar uma ideia com base em afirmações de especialistas, em estudos, ou dados coletados. Operadores mais comuns: “segundo”, “conforme”, “de acordo com”, “como salienta”, “como considera”.
Ex.: Dormir cedo faz bem à saúde, CONFORME estudo publicado na revista Nature.


  • Fazer marcação temporal: indicar quando os fatos e ideias acontecem. Operadores mais usados:  “a princípio”, “na mesma época”, “à época”, “anteriormente”, “posteriormente”.
Ex.:  O desempenho deste jovem está muito bom!  A PRINCÍPIO, ele só tirava notas baixas.

  • Marcação proporção: dar ideia de quantidade, de proporcionalidade entre as ideias e acontecimentos. Operadores mais usados:  “à medida que, à proporção que.."
Ex.: As notas do jovem melhoravam À MEDIA QUE ele se esforçava e estudava mais.


    Vale ressaltar que a intensão desta postagem não é esgotar o assunto. Pelo contrário, há muitos outros operadores argumentativos que podem não ter sido citados aqui, visto a riqueza de combinações que nossa língua nos oferece. 

  O importante é estar atento ao gênero textual, ao objetivo comunicativo em que eles estão sendo empregados, para que se faça a melhor escolha, que resulte em um texto claro, coerente e coeso! 

   

 ANIMAÇÃO

 Assista à videoaula animada deste conteúdo: 

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 Vamos praticar?
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 ATIVIDADES


 1. (ENEM 2001)

               O mundo é grande

 O mundo é grande e cabe 
 Nesta janela sobre o mar.
 O mar é grande e cabe
 Na cama e no colchão de amar.
 O amor é grande e cabe
 No breve espaço de beijar.
 (ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983)

 Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. 
  Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de:
 

 a) comparação. 
  b) conclusão.
  c) oposição         
  d) alternância. 
  e) finalidade.


  
 2. (Enem 2011) 
   Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável. 
(ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009)

 As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que: 

  a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.

  b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.

 c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.

 d) o termo “Também” exprime uma justificativa.

 e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”. 



 3. (UERJ) Observe as formas sublinhadas em: 

 “Morava então (1893) em uma casa de pensão no Catete. Já por esse tempo este gênero de residência florescia no Rio de Janeiro. Aquela era pequena e tranquila.” (l. 11-14) 

      Esse, este e aquela são formas empregadas como recursos de coesão textual. Indique a classe gramatical a que pertencem essas palavras e justifique a escolha de cada uma no trecho de acordo com a respectiva função textual. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 


4. A seguir, você lerá um texto expositivo sobre abolicionismo. Os operadores argumentativos foram substituídos por números.

     No decorrer do século XIX crescem as campanhas abolicionistas. Em 1850, a Lei Eusébio de Queirós proíbe o tráfico de escravos. Em 1871 a Lei do Ventre Livre declara livres os filhos de mulher escrava que nascessem a partir daquela data. Em 1885, a Lei dos Sexagenários concede a liberdade aos escravos com mais de 60 anos. (1) escravos continuarem a chegar ao Brasil através de contrabando, e da Lei Sexagenária praticamente não funcionar (2) um escravo raramente completava 60 anos, há uma queda vertiginosa na entrada de escravos no país a partir de 1850 e aumenta gradativamente o número de negros livres.
  Essas leis são fruto de uma forte pressão abolicionista. São negros, mestiços, ex-escravos sensíveis e solidários aos escravos. São intelectuais que tinham como referencial as doutrinas liberais [...] e o exemplo internacional (desde 1865, Brasil e Cuba são os únicos países a manter a escravidão na América). São, (3), industriais e grandes comerciantes que consideravam mais vantajoso o trabalho assalariado. [...]
  (4), podemos enquadrar a abolição dos escravos tendo como ponto de partida três princípios: as revoltas e rebeliões negras, que marcaram todo o período escravocrata; fatores socioeconômicos que forçavam a troca do trabalho escravo pelo trabalho assalariado; e, (5), as campanhas abolicionistas. Essas campanhas foram de duas ordens: existia uma corrente moderada que queria que a abolição acontecesse através do debate parlamentar; (6) uma corrente radical que defendia a abolição (7) através da insurreição popular e escrava.

 OLIVEIRA, Nelson Silva. Vultos negros na história do Brasil. 2. ed. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, 2001. p. 34-35. (Fragmento).


 a) Indique quais dos operadores argumentativos apresentados a seguir podem substituir cada número no texto, colocando seus respectivos números nos parênteses.

 ( ) porém - ( ) e - ( ) no mínimo - ( ) não só - ( ) mas - ( ) por fim - ( ) mesmo que - ( ) inclusive - ( ) porque - ( ) ainda - ( ) assim - ( ) apesar de


 b) Agora, reescreva as frases em que esses operadores aparecem, substituindo-os por outros, mas mantendo um sentido equivalente.

 Talvez seja necessário fazer adaptações. 

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5. Leia os enunciados e identifique os operadores argumentativos presentes neles - copie-os e diga qual é a função que desempenham:
aA equipe deve ser desqualificada, porque não apresentou os documentos necessários.
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b) Ou na própria residência, ou em alguma escola ou academia, é preciso fazer exercícios diários.
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cAssim como já ocorreu no passado, os avanços da ciência sofrem ataques do negacionismo.
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dO restaurante não só oferecia pratos para almoço, mas também sobremesas maravilhosas.
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6. Leia o parágrafo a seguir para responder às atividades: 

"Valorizar a utilização dos recursos tecnológicos nas salas de aula, de forma a favorecer o aprendizado e tornar o processo de ensino e aprendizagem mais significativo para crianças e adolescentes, faz com que os alunos utilizem ferramentas que já fazem parte do seu dia a dia. O celular, neste caso, pode ser visto como mais um recurso para que os professores desenvolvam suas aulas e projetos, visto que, atualmente, é difícil ver quem não o utilize. [...]" 
Disponível em: https://blogs.ne10.uol.com.br/mundobit/2013/05/02/artigo-celular-dentro-da-escola-podesim/#:~:text=Valorizar%20a%20utiliza%C3%A7%C3%A3o%20dos%20recursos,do%20seu%20dia%20a%20dia. Acesso: 23, nov. 2020. Adaptado.

 a) Que ideia está sendo defendida?

 b) Quais os argumentos que são utilizados?

 c) E você, é a favor do uso do celular em sala de aula, por quê?


7. Considere o trecho:

 “O celular, neste caso, pode ser visto como mais um recurso para que os professores desenvolvam suas aulas e projetos, visto que, atualmente, é difícil ver quem não o utilize."

 Entre as estratégias de progressão textual presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de elementos conectores. O elemento conectivo destacado evidencia a ideia de:

a) ( ) continuação ou adição

b) ( ) causa, consequência e explicação. 

c) ( ) condição ou hipótese 

d) ( ) prioridade e relevância 


Leia o texto abaixo, para responder às questões. Trata-se da letra de uma música que fala sobre o dia seguinte à assinatura da Lei Áurea (13 de maio de 1888) e suas consequências para nossos dias.


14 de Maio

Lazzo Matumbi

No dia 14 de maio, eu saí por aí

Não tinha trabalho, nem casa, nem pra onde ir

Levando a senzala na alma, eu subi a favela

Pensando em um dia descer, mas eu nunca desci


Zanzei zonzo em todas as zonas da grande agonia

Um dia com fome, no outro sem o que comer

Sem nome, sem identidade, sem fotografia

O mundo me olhava, mas ninguém queria me ver


No dia 14 de maio, ninguém me deu bola

Eu tive que ser bom de bola pra sobreviver

Nenhuma lição, não havia lugar na escola

Pensaram que poderiam me fazer perder


Mas minha alma resiste, meu corpo é de luta

Eu sei o que é bom, e o que é bom também deve ser meu


A coisa mais certa tem que ser a coisa mais justa

Eu sou o que sou, pois agora eu sei quem sou eu


Será que deu pra entender a mensagem?

Se ligue no Ilê Aiyê

Se ligue no Ilê Aiyê

Agora que você me vê


Repare como é belo

Êh, nosso povo lindo

Repare que é o maior prazer

Bom pra mim, bom pra você

Estou de olho aberto

Olha moço, fique esperto

Que eu não sou menino

Disponível em: https://www.letras.mus.br/lazzo-matumbi/14-de-maio/ Acesso em 22/11/2021.




8. Sabemos que o poema aborda os diversos assuntos, sempre com uma linguagem figurada, rica em sentidos e significados. Não raras as vezes, o poeta une a perspectiva pessoal à social, para criticar e denunciar questões sociais não resolvidas. Nessa linha, podemos dizer que o objetivo da música “14 de maio” é:  

  1. Ressaltar a importância que foi a abolição da escravidão no Brasil, a qual libertou e deu todo apoio social aos então libertos, permitindo que chegássemos a igualdade racial que vivemos hoje.

  2. Denunciar o racismo estrutural existente no Brasil, desde a assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 188, destacando a necessidade de as pessoas pretas lutarem por seus direitos, enfrentando cotidianamente o preconceito racial.

  3. Denunciar que, sem a assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888, todos seríamos escravizados até hoje.  

  4. Ressaltar que só o negro fez parte da formação do povo brasileiro. 



9. Releia estes versos:    “Não tinha trabalho, nem casa, nem pra onde ir” (verso 2)

                          “O mundo me olhava, mas ninguém queria me ver” (verso 8)

Os conectivos destacados NEM e MAS têm, respectivamente, o sentido de: 

(A) adição e explicação

(B) conclusão e adversidade (oposição)

(C) alternância e explicação 

(D) adição e adversidade (oposição) 



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 GABARITO:

 1. C

 2.

 3. As palavras esseeste e aquele são pronomes demonstrativos, sendo os mesmos importantes operadores coesivos, pois servem para fazer referência ao que já foi dito (anáfora) e ao que se vai dizer (catáfora). A coesão referencial é um processo linguístico que remete a interpretação de um elemento expresso no texto a outro que já foi utilizado para construir esse texto. No trecho em questão, esse refere-se ao ano de 1893, mencionado no início do trecho; este refere-se ao gênero de residência, mencionado na sequência e aquela retoma uma informação dita anteriormente: uma casa de pensão no Catete.

 4. a) (1) Apesar de, (2) porque, (3) ainda, (4) Assim, (5) por fim, (6) e (7) mesmo que. 

  b) Resposta pessoal. Sugestões: Embora escravos continuassem a chegar ao Brasil através de contrabando, e embora a Lei Sexagenária praticamente não funcionasse, já que um escravo raramente [...]. São, também, industrias e grandes comerciantes [...]. Desse modo, podemos enquadrar a abolição [...] trabalho assalariado; e, finalmente, as campanhas abolicionistas. Essas campanhas [...] debate parlamentar; bem como uma corrente radical que defendia a abolição ainda que através da insurreição [...]

5. 
a) Porque. Introduz a justificativa da oração anterior.
bOu na... ou em. Insere alternância entre os argumentos.
cAssim como. Marca a comparação entre dois tempos históricos para reforçar a argumentação.
dNão só... mas também. Adiciona argumentos para uma mesma conclusão.

6. a) A ideia de que O celular pode ser visto como mais um recurso para que os professores desenvolvam suas aulas e projetos. 
b) "Valorizar a utilização dos recursos tecnológicos nas salas de aula, de forma a favorecer o aprendizado e tornar o processo de ensino e aprendizagem mais significativo para crianças e adolescentes" e "atualmente, é difícil ver quem não utilize o celular".
c) Resposta pessoal.  

 7. B      8. B       9. D

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