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17 de ago. de 2022

Coerência e Coesão

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 Coerência e Coesão

São as relações entre as partes do texto, que contribuem para a sua continuidade e progressão, atribuindo-lhe clareza e lógica.  

Para isso, existem algumas ferramentas que permitem manter a linha de raciocínio e unir as diferentes partes do texto, por meio das relações semânticas: são as conjunções, preposições, advérbios ou verbos.

A coerência está no campo das ideias, é a relação lógica entre as ideias apresentadas no texto. Já a coesão, está no campo estrutural, é a ligação entre as partes do texto (palavras, frases e períodos, parágrafos), feita por diversos mecanismos.

Observe, no exemplo a seguir, como evitou-se a repetição e fez-se referência ao nome Joana:

Joana gritou. Ela fica apavorada quando está sozinha. Apesar de ser uma menina calma e inteligente, a jovem é muito nervosa. 

O grau de complexidade do conhecimento desses elementos está diretamente associado à presença dos elementos linguísticos que estabelecem a relação e o posicionamento desses componentes dentro do texto: por exemplo, se um pronome está mais próximo ou mais distante do termo a que ele se refere.

Alguns problemas que afetam a coerência e coesão textual são a digressão (fugir do "tema"), redundância (repetição desnecessária de ideias) e ambiguidade (duplicidade de sentido).


ATIVIDADES

HABILIDADE: (EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais elas devem ser usadas. 
D1- Localizar informações explícitas em um texto.
D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto. 
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos. 

I. Evitando repetições...
  1. Muitos são os processos para evitar a repetição de palavras num texto. O mais comum é a substituição por um termo equivalente, de conteúdo geral. Observe o modelo e faça o mesmo com as frases a seguir. 

O carro atropelou o cachorro e o motorista não parou para cuidar do animal.

 

  1. Cristiano Ronaldo vestiu pela primeira vez a camisa do clube francês. O ________________ deve embarcar para a Europa no fim do ano.

  2. Ontem esteve tensa a situação no Iraque. A população do ________________ recebeu instruções contra um possível ataque americano.

  3. A polícia apreendeu a cocaína, mas não conseguiu prender os traficantes que trouxeram ________________ da Bolívia.

  4. “Ficamos todos mais pobres num mundo menos bonito'', lamentou um amigo do pintor Alfredo Volpi ao acompanhar o sepultamento do ________________.

  5. As possibilidades de se contrair Aids se baseiam em dados e comportamentos da ________________ observados até agora.

  6. Os militares que estiverem em motocicletas ou bicicletas não precisam mais bater continência ao passar por superiores, devendo apenas manter ________________ em velocidade moderada.

  7. Com o surgimento dos festivais em 1968, a lagosta de São Fidélis ganhou fama, e turistas visitam a cidade  o ano inteiro para saborear ________________.

  8. A baleia apareceu morta ontem, mas ________________ foi visto boiando terça-feira e os ferimentos na pele do ________________ mostram que morreu há cinco dias.

  9. Hoje, quem abre crediário para quitar uma televisão em seis vezes, leva ________________ mas acaba desembolsando o equivalente a dois. 


2. Um outro processo para evitar repetições, consiste na substituição da palavra repetida por um pronome pessoal. Observe o modelo e faça o mesmo nas frases a seguir.


Todos têm uma função e precisam cumprir sua função.

Todos têm uma função e precisam cumpri-la.

  1. O professor pretendia usar o computador, mas não sabia como ligar o computador.

  2. Alguns receberam o governador de braços abertos, mas outros nem queriam ver o governador.

  3. A representante recebeu dos alunos as reclamações e apresentou as reclamações à diretoria.

  4. O editor prometeu um prêmio aos escritores, mas não disse aos escritores quando seria entregue.

  5. As empregadas limpam os tapetes e colocam os tapetes nas janelas.

  6. As cartas? Eu coloquei as cartas na gaveta do escritório.

  7. Pegou a folha de papel e escreveu na folha de papel o seu endereço.

  8. Ouviu falar da peça e resolveu assistir à peça.

  9.   Todos examinaram o objeto, mas ninguém sabia dizer o que era o objeto.

  10.    Conheciam o prefeito e vieram pedir ao prefeito novos empregos.


3. Leia o texto e responda às questões. 

 


a) A que termo do texto nos remete os pronomes em negrito? Transcreva a palavra a que eles se referem.

b) As palavras Polônia e Cracóvia vêm substituídas por expressões que aparecem ao longo do texto. Transcreva as expressões que se referem respectivamente a:

 > Cracóvia:                                                         > Polônia:   


4. No texto a seguir, de Millôr Fernandes, o humorista utilizou intencionalmente a repetição. Reescreva-o, de modo a reduzir o número de ocorrências do vocábulo em destaque.


A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no caminhão que vende galinhas. O vendedor ofereceu a ela uma galinha. Ela olhou para a galinha, passou a mão embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da galinha, alisou as coxas da galinha, depois tornou a colocar a galinha na banca e disse para o vendedor “Não presta!” Aí o vendedor olhou para ela e disse: “Também, madame, num exame assim nem a senhora passa”.



II . Leia o texto a seguir, para a verificação e compreensão de alguns recursos de coesão e coerência.

NÃO TE AMO MAIS

Clarice Lispector

Não te amo mais.

Estarei mentindo dizendo que

Ainda te quero como sempre quis

Tenho certeza que

Nada foi em vão.

Sinto dentro de mim que


Você não significa nada.

Não poderia dizer mais que

Alimento um grande amor.

Sinto cada vez mais que

Já te esqueci!

E jamais usarei a frase

Eu te amo!

Sinto, mas tenho que dizer a verdade

É tarde demais...


Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000001660/000001987.jpg. Acesso em: 23 de maio de 2019.

  1. Pense e responda:

-O texto apresenta sentido?  

-Qual a mensagem transmitida por ele?  

-A quem esta mensagem está sendo dirigida?   

-Que palavras no texto são responsáveis por fazer a ligação entre as outras, ou seja, quais são os elementos de coesão?

-Qual a diferença de sentido entre as palavras, mas e mais no texto?  

-Que sentidos apresentam as palavras ainda e , no texto?   

-Com que objetivo a palavra "que" foi usada repetidas vezes no texto?  


  1. Agora, releia o texto de baixo para cima e responda às mesmas questões.


  1. Reflita novamente:

-O que mudou?

-Agora, o texto apresenta coerência e coesão?


QUESTÃO 1 (SAERO) Leia o texto abaixo e responda

ESSE EÇA!

Talvez por ter nascido sem pai, talvez por ter sido um menino solitário, talvez porque ainda não havia televisão nem videogame, ou talvez porque fosse mesmo tímido, logo que pude decifrar as “formiguinhas pretas”, meu lazer passou a ser a leitura. Nada de “estudo”, nada de “busca do saber”. Ler para sonhar, para sentir-me na pele dos protagonistas, para me divertir mesmo.

Quanto dessas leituras habita ainda em mim!

Mas, pulando Lobato e os queridos autores de literatura juvenil, lembro-me de O suave milagre, do escritor português Eça de Queirós. Que impacto! Eu lia e relia o conto, lágrimas, frissons, emoções que acredito nunca mais ter conseguido sentir ao ler um texto. [...] O suave milagre continua como uma das minhas narrativas favoritas. Que conto! Esse Eça!

BANDEIRA, Pedro. Carta Fundamental, fev. 2011. Fragmento.

No trecho “... logo que pude decifrar as ‘formiguinhas pretas’” (2a linha), a expressão destacada estabelece uma relação

(A) condicional. (B) consecutiva. (C) final. (D) modal. (E) temporal.


QUESTÃO 2 (SAERO). Leia o texto abaixo e responda.

A CEIA

O restaurante era moderno e pouco frequentado, com mesinhas ao ar livre, espalhadas debaixo das árvores. Em cada mesinha, um abajur feito da garrafa projetando sobre a toalha de xadrez vermelho e branco, um pálido círculo de luz.

A mulher parou no meio do jardim.

– Que noite!

Ele lhe bateu brandamente no braço.

– Vamos, Alice.... Que mesa você prefere?

Ela arqueou as sobrancelhas.

– Com pressa?

– Ora, que ideia...

Sentaram-se numa mesa próxima ao muro e que parecia a menos favorecida pela iluminação.

Ela tirou o estojo da bolsa e retocou rapidamente os lábios. Em seguida, com gesto tranquilo, mas firme, estendeu a mão até o abajur e apagou-o.

– As estrelas ficam maiores no escuro.

Ele ergueu o olhar para a copa da árvore que abria sobre a mesa um teto de folhagem.

– Daqui não vejo nenhuma estrela.

– Mas ficam maiores.

Abrindo o cardápio, ele lançou um olhar ansioso para os lados. Fechou-o com um suspiro.

– Também não enxergo os nomes dos pratos. Paciência, acho que quero um bife. Você me acompanha?

Ela apoiou os cotovelos na mesa e ficou olhando para o homem. Seu rosto fanado e branco era uma máscara delicada emergindo da gola negra do casaco. O homem se agitou na cadeira.

Tentou se fazer ver por um garçom que passou a uma certa distância. Desistiu. Num gesto fatigado, esfregou os olhos com as pontas dos dedos.

– Meu bem, você ainda não mandou fazer esses óculos? Faz meses que quebrou o outro e até agora...

– A verdade é que não me fazem muita falta.

– Mas a vida inteira você usou óculos.

Ele encolheu os ombros.

– Pois é, acho que agora não preciso mais.

– Nem de mim.

– Ora, Alice...

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 9. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 143-144. Fragmento. *Adaptado: Reforma Ortográfica.

No trecho “– Também não enxergo os nomes dos pratos.” (19a linha), a palavra destacada estabelece uma relação de

(A) conclusão. (B) condição. (C) oposição. (D) soma. (E) tempo.



GABARITO

II. 1. -Não. 

- Que o eu lírico não mais ama o interlocutor. 

- A alguém que não é mais amado. 

- Que, e 

- “mas” indica oposição e “mais” indica o fim de algo. 

- “ainda” indica que o eu lírico permanece amando o interlocutor e “já” indica que este não é mais lembrado. 

- Para enfatizar a quantidade de coisas que o eu lírico gostaria de dizer. 


  1. -Sim. 
- Que o eu lírico continua amando o interlocutor. 
- A alguém que o eu lírico ama. 
- Mas, jamais, que, e 
- “mas” indica oposição, que apesar de ser "tarde de mais", o eu poético precisa deixar claro que ainda ama o interlocutor; e “mais” indica adição, que o sentimento do eu poético continua aumentando. 
- ainda” indica que o eu lírico não ama mais o interlocutor e “” indica que este não é mais lembrado. 
- Para unir os versos uns aos outros. 


  1. - A mensagem transmitida mudou completamente.

- Sim. A escolha dos conectivos (que, ainda, já, e, mas...), foi fundamental para a construção das duas mensagens transmitidas.


1. E    2. D


REFERÊNCIAS:

  • SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. MAPA - Material de Apoio Pedagógico. 9° ano. 2° bimestre. Língua Portuguesa.
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